terça-feira, 15 de novembro de 2011

 Desejo que as coisas mudem, preciso colocar isso na mente, mas preciso agarrar-me a algo! Saio da minha torre, mesmo debaixo dessa chuva que a cada gota que cái sobre mim arde minhas feridas, e entro no Empório.

 Cheiro de canela... Estou novamente no emporio... Meu Fantasma tenta me mostrar q não preciso estar com ele ou com o forasteiro para ser feliz, o primeiro passo é estar bem com minhas lembranças ou com quem deseja que eu esteja bem. Para mim é difícil, mas não impossível.

 Então o Fantasma por entre as prateleiras, e ele me dá um frasco não tão grande, nem tão cheio de uma medida levee o abre, seu conteúdo é maravilhoso, cheira chocolate. Me vejo envolto pelo aroma daquele frasco e logo eu fecho meus olhos...

 Desperto e estou há um ano e dois meses de volta... É uma lembrança da qual não compartilhei com o Fantasma nem com o Forasteiro. A cidade estava tomada pela euforia devido a proximidade de um festival. as tendas sendo levantadas, o colorido no olhar das pessoas... Ainda me lembro de acordar naquela manhã com uma faísca no meu peito, sim,era meu coração pulsando de alegria por saber que haveria o festival. O Poeta iria reencontrar pessoas que já conhece por mais de 7 anos! Por mais que o Poeta nessa epoca já não tivesse alma, ele se alegrava por encontrar seus amigos verdadeiros.

 Lembrar de cada riso no olhar da Dama do Nascente, as neuras da Dama do Poente. Não precisei sangrar para me sentir bem ali. Visitar a Vila Esquecida com a Dama do Nascente envolto na neblina que nos inspira, que nos possuí para abrir outros Imaginários. O coração batia no tom da alegria, da emoção e a vibração. Mesmo estando dimensões longe de seu Fantasma, o Poeta estava feliz. Ele já possuía o parte do poema em seu corpo, ele já havia perdido seu fantasma, não possuia sua alma... Mas ele tinha a felicidade ao lado dele. Lembro-me como ria, como era sair pelas ruas de noite com a Dama do Nascente e do Poente, voltando para casa. Sem me importar o que diriam sobre o Poeta no dia seguinte, pois não fazíamos nada de errado. Eramos livres como pássaros. Sentir o vento passando por debaixo de nossas asas e respirar o doce aroma de chocolate.

 Campos de flores coloridas de todos os tamanhos e tipos se abriam diante do olhar do poeta, suas emoções eram evidentes no seu olho e na sua pele. Passar horas contando suas mais divertidas historias, sem se dar conta de quão tarde já era e que o Lord de Ferro, que é casado com a Dama do Nascente ja estava dormindo há horas... Como estava divertido e alegre aquele momento. Vivido a cada minuto...

 Então, o sonho começa a diminuir, a perder cor, tamanho e forma... O doce aroma do chocolate começa a lentamente dissipar. Saudoso, o Poeta está no chão do Empório, nostálgico, ele deixa derramar uma lágrima. Levanta-se e abraça o Fantasma de forma muito terna e dócil.

 O Poeta sai do Empório, pensativo olhando para as flores de papel ao seu redor e esboçou um sorriso torto.

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