quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Esperança é mais do que apenas uma espera desapontada... Está presente no olhar da criança que recebe um presente, nas lágrimas de uma mãe que recebe seu filho numa maternidade, na tigela de um pedinte, na chuva que cái e rega a terra completando seu ciclo de renovação. Esperança também está nas palavras de um poeta que é assombrado por um fantasma, em cada gota de seu sangue, em cada lágrima que ele silenciosamente derrama.
 Sei que é um divisor de águas, um marco na vida de alguém, decidir que quer ser um esperançoso, alguem que fielmente crê que tudo venha a dar certo. Pois isso vem diretamente de encontro com a vida de cada ser da terra. A vida do Poeta começa a se restabelecer, ainda cansado e machuado por tudo que ele já passou, se ve aliviado... ele tem o farol bem a sua frente, falta apenas decifrá-lo.
 Ainda que sorria, ele está quebrado, ainda que diga ter esperanças, ele está triste...
 Caminhos que levam a lugar nenhum, finalmente estão se abrindo, por mais cheio de flores que seja, cada flor tem o seu espinho... por mais iluminado que esteja, o lobo mal sempre estará no seu alcance... Você já foi avisado disso, já sabe que você tem que lutar contra si mesmo... Largue essa parte podre de si, e corra pelos campos enevoados, vamos ver as nuances do por do sol refletir no mar, deite-se no campo de flores sem medo. Tu és o poeta, tu tens publico, estás vivo, respire o vento que bate em seu rosto e desarruma seus cabelos avermelhados, sinta o sol queimar seu rosto levemente e sinta o aroma do mar diante deste desfiladeiro... Comemore nas ruinas de vidas ja vividas... liberte-se poeta! Sua viagem é longa mas a sua vida é curta.
 Ouça a musica que ecoa nos campos floridos, escute os violinos, as gaitas, e as palmas... Chore com essa canção, viva-a, seja a canção e deixe seus versos serem a letra delas. Tu és o Poeta, tens a pena e o papel na mão, pois quando está vazio o papel é morto, e tu como poeta estás vivo.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

 Lágrimas... sim, elas voltaram... não de decepção, luto ou perda... Lágrimas de reflexão...
 O poeta se deita sobre o seu altar, e se deixa levar pela melodia que há em sua mente, mergulha em seus sonhos, lembra que existem pessoas que querem ele, que são seus verdadeiros amigos... Que a verdadeira trava em seus pulmões é ele mesmo.
 Muito foi-lhe dito, muito fora-lhe prometido, mas a musica para si mesmo o despertou, ele ja tem suas lagrimas de volta, falta-lhe o coração. A vida é todos os dias despertar e viver a aventura... Não importa se o fantasma não está fisicamente ao teu lado, poeta, ele sempre estará em seu coração... O Forasteiro apesar de tudo, é uma mente doentia e fraca, ele levou seu coração? Encontre outro! Viva, morrestes por dentro, mas estás com o corpo ainda vivo! Deixe que suas lagrimas lavem seu ser... coloque para fora todo o mal criado em cima de você... O Emporio dos Sonhos está ai... Abra uma garrafa e agarre-se a ele... Chore, poeta, chore com nunca antes, o seu alivio está proximo, sinta o amor da sua musica... deixe essa melodia te guiar... Viva todos os momentos, lembre-se dos rostos daqueles que te amam... viva a magia que perambula em você.
 Lembre-se que andou muiro até chegar ao amaranto, lute! Levante-se!

sábado, 26 de novembro de 2011

Somente sonhos...

 O cheiro de lavanda novamente, estou aqui, fechando meus olhos... Diante de toda a escuridão que me cerca e dor ar gelado da minha solidão. Sim, mesmo diante da escuridão fecho os meus olhos, e saio de mim... Sim, voo para fora daquilo que chamamos de mundo real, e libero minha mente para outros mundos, outras pessoas, para o meu imginário... Outros personagens... Uma perspectiva totalmente diferente da qual todos estamos acostumados a viver... Sim, saio de minha torre, veho minha cama, o telhado, as ruas, as arvores diminuindo, as pessoas virando formiguinhas, o vento se encontrando com meu corpo, meus cabelos esvoaçantes...
 Sempre vejo o Fantasma à beira do cais, molhando os seus pés no vasto mar de lembranças que cultivamos... sim, o relógio de sol, o cheiro do mar, a nossa cesta com a toalha vermelha quadriculada. Senhor Fantasma sei que me olhas e sorri, e eu te retribuo o sorriso... As coisas deveriam estar assim, e sempre te procuro para matar a saudade que surge diante de mim quando penso diretamente a ti. Esse é o mundo só meu e teu. Onde todos os dias, quando o sol se põe eu vou ter contigo e quando o sol nasce volto para a minha rotina. Momentos tão preciosos...
 Posso escolher em ver tudo, as pessoas, parar na beira do penhasco mais alto, da montanha mais fria e ver o céu todo cheio de estrelas, os rios lá embaixo com pinheiros por perto... A casinha de madeira toda fechada co neve no telhado... Aaah como eu gosto de ir para lá... O calor da lenha queimando na lareira... Ouvir as corujas e os lobos fazendo corais para a lua... Isso me tráz tanta paz...
 Gosto das nuvens, passar entre elas, sentir que elas não tem peso algum, serem umidas e algumas até mesmo sem humor algum, mas elas estão lá no céu, plainando sobre as nossas cabeças...
 Começa a dar a hora de retornar, e a volta pode ser doce, voltando tudo de forma gradativa, como posso cair, cair como se fosse me estatelar ao chão e me quebrar, mas quando chego lá, acordo no escuro.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Terras timidas

 Encontro uma terra nova.. Sim, um farol ainda trancado, flores ainda para serem descobertas, tudo ali ainda está para ser descoberto. Minha agonia se tornou tão grande, que me senti fraco diante de tudo que me aconteceu, foi como se tudo o que eu sinto estivesse me congelando por dentro... As dores que uma vez foram por causa do coração roubado, agora são reais...  Apesar de estar em terras desconhecidas, diante de um novo farol. Mas é tão tímido e ao mesmo tempo afoito!
 Quero me permitir voar, quero me permitir acreditar, quero me permitir ser eu novamente. Estampar meu rosto com um sorriso vivo e motivado. Mas o medo me prende... Meu farol, me enegize, sorria-me, toque-me, abra teu coração, acredito nessa faísca que ha entre nós, ela pode se acender, acredite, abra a sua mente! Não estou preso a nenhum sonho, nem ao Empório... Essa pode ser a chance do Poeta ser livre de sua poesia envenenada...
 As palavras estão todas escritas em seu corpo, cada ponto de sua historia e da sua vida...

domingo, 20 de novembro de 2011

Empório, livro-me e desvencilho-me da figura sombria atrás de mim... É como se houvesse apenas paz diante de mim quando estou aqui... Entro na salinha dos sonhos perdidos e quebrados. Olho por tudo, e sou suavemente saudado pelo meu fantasma, sei que é algo entre os sonhos e a realidade, quero acordar, mas parece ser um pesadelo diferente.
 Diante dos meus olhos, estão os lugares desconhecidos, um mundo só meu, e nao quero acordar, apenas seguir o fantasma... Peço que ele me deixe, sei que já basta eu ser minha propria ameaça, sei que por ora estou no meu controle. Ja disse milhares de vezes que não o deixarei ir, mas sonhos podem ser claros e escuros... Ele é meu pior medo, minha pior dor, tenho que encará-los, a parte mais escura dos meus sonhos e a parte mais veridica da minha dor.
 De repente, tudo fica tranquilo... silencio, sem som, nem dor e nem duvidas... Estou flutuando, o tempo não passa por mim, sou livre.... Sem voz, nem musica... Deixe-me andar e viver aqui onde estou livre!
 Mas ele volta, como o meu mais profundo ódio, como o meu espelho, o meu temor... Eu sou o sonho e o sonho é eu. Minha maior duvida, sou tudo aquilo que tento esconder. Preciso encarar isso, não tenho motivos para lutar ou ficar ressentido, o outro lado da verdade por detrás do sono. Deixa-me descansar com você, estou muito desgastado para todas essas teorias noturnas.
 Eu o deixo, mas não o abandono, pois ele é parte daquilo que eu sou, abrirei as portas para mostrar quem és realmente, pois eu sou a sua energia em forma de sonhos.
 Viver nesses sonhos, é o mesmo que saber que está só, mas ao mesmo tempo sendo observado, indo a todos os lugares que vou, é estar em paz em certo momento, mas sentir o frio e a atmosfera tremer, sentir algo, sua respiração... Milhares de vozes, mas ninguem por perto para te dizer nada.
 Corro do nada, pelos corredores com fotos e retratos, mas algo rasteja perto de mim, algo invisível, dentro de mim, que me taxa como um doido, ja não sei mais o que é estar em paz, mesmo solitariamente sem aquele medo tão profundo.
 A ameaça de uma insanidade, gritando por uma ação de minha parte, mas estou desamparado, com medo e cheio de duvidas. Não sei mais onde vivo, quem sou, se estou no Emporio, no Quarto ou À deriva... Já está nas fronteiras da minha compreensão.
 Estando longe de quem eu sou, eu solto meu apego à realidade, pois sei que o tempo acabará com tudo aquilo que já construimos, rompa a minha redoma de vidro, me segure, estou encantado pelos sofrimentos passados, mas pensando nos futuros.
 Me perco em minhas palavras, nas minhas aspirações... Me alimento de meus sonhos que não foram concretizados, maldita dor, abro os meus olhos e estou deitado no empório, cercado de frascos quebrados.

Adrenalina Escura

 O Poeta em meio de seus pensamentos inquietantes, se vê sozinho na torre... Solidão... Sono... Dor. Eis que o Poeta está sozinho de joelhos onde o cheiro de lavanda é muito forte. Ele quer uma nova razão, um novo porquê, uma nova razão dele ser vivo, de acordar todas as manhãs e viver intensamente e não simplesmente pelo fato de viver... Ele se depara no limite entre ele e ele mesmo.
 Fecho os meus olhos nesse mesmo momento, estou de joelhos, diante do tudo que já conquistei, me dominando pelo medo de fracassar, e ser assim para todo o sempre. São milhares de sentimentos que me cercam, que eu ja não sei mais o que exatamente sinto ou sou. Tudo me parece tão distante e inalcançável que tudo o que me resta, são esses pensamentos. E eles parecem ganhar vida dentro de mim.
 Poeta tolo, viveu sempre em função dos outros! Viveu em função do Fantasma, de seus amigos, de seus familiares, pela sua poesia e foi se deixando em segundo, terceiro ou ultimo plano! Choras pelo amor que não tem, pelo coração que ja foi roubado e pela alma que está perdida! Deixe-me dominar-te, deixe que a Adrenalina Escura vai te dominar, já está sonolento, sozinho e com dores! Venha, deixe-me te abraçar, sinta minha pele gelada, meu aroma de florais mortos e meu olhar tão escuro quanto aquilo que tens dentro de ti. Seja o Poeta Morto! Esqueça tudo, morra para o mundo! Endureça o coração que já está perdido! Tudo que sai de ti já está podre! Entregue-se ao esquecimento de todos! Amaldiçoe a ti mesmo e morra! Sim, corra pelos quartos escuros de seus infinitos pensamentos, flagele-se pelas suas proprias palavras e sufoque-se pelo ser que esta se tornando. Uma criatura solitária e melancólica. Tome o seu mais amargo placebo, o da derrota, o da perda e pesar! Você não é compreendido, deixe apenas que o pêndulo caia sobre você, deixe o tempo passar e prove que todos estavam certos sobre você. De nada valem as suas palavras, pois você as solta aos ventos, agarra-se a elas e segue nisso... Tu és patético, estás podre! Posso ser o seu lado mais sombrio, mais obscuro, e sei que iremos afundar juntos! Olhe o ser patético que se reflete no espelho... Uma criatura pálida, com olheiras tão profundas como os oceanos, olhar vazio revelando o que há dentro de seu peito: Nada. Mesmo que sorria, será um sorriso morto. Estarei sempre ao seu aguardo... Ao seu lado... No seu passo...

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

 Ao entrar no Empório, o cheiro de canela, tão entorpecente e tão bom... Aquele lugar ja se tornou o meu lugar favorito. Portador de boas e más lembranças e de muitos sonhos, não apenas os meus, mas sim o de todos. Você, leitor, pode ter o seu Empório.
 Todo aquele ambiente me fez voltar numa tarde, em que o Forasteiro estava ao meu lado, andamos por todos os lados, conversando, dizendo palavras doces e amáveis um ao outro... Apesar dos pesares, e do frio que fazia, eu estava feliz, e notava no seu olhar que você estava feliz também. O Forasteiro estava prestes a embarcar e eu queria demais ter certeza de que aquilo era real.
 Todo poeta já é lírico o bastante normalmente, mais ainda quando ele está apaixonado. O coração do Poeta não batia, pulsava como nunca antes. Ele sentia o afeto, o carinho do Forasteiro, já havia entregado seu coração antes sequer de se verem. Mãos inquietas, olhares que se cruzavam a todo instante, uma leve amargura apertava o peito do poeta, mas naquele isntante, foi em que o Poeta realmente entregara seu coração para o Forasteiro.
 Ambos foram para o cais, esperar que os outros embarcassem. O Poeta e o Forasteiro, em pé, diante um do outro se abraçaram\o buraco em meu peito foi aberto\ e um timido beijo no rosto\ sal lançado nos pontos de minhas feridas\ selaram o momento, com um doce "Eu voltarei... "
 Apesar de prometer de que não iria chorar, o Poeta chorou. O coração dele estava em outras mãos...
 Agora quero minhas lágrimas de volta, me coração...
 Cheiro de canela, estou no meu Empório, uma melodia coordenada pela caixinha de musicas em cima do balcão, guia o triste Poeta para as prateleiras. Cantos infantis não lhe saem da mente, sua melancolia se torna novamente parte daquilo que ele é. O Poeta sabe disfarçar a dor que sente, ele mente, ele engana, mas seu Fantasma lhe olha no fundo dos seus olhos e diz que sabe que o Poeta mente, finge que tudo está bem, com um sorriso no rosto, mas o brilho de seu olhar está apagado. O Fantasma me conhece melhor que ninguém.
 Sem mais delongas, o frasco letal parece chamar a atenção do Poeta, lhe parece tão tentador, ele já não tem mais nada a perder. Em horas perdido no mar de seus pensamentos, horas em sua torre, segundos no empório... A vida não é mais a mesma. Um poeta sem coração não é um poeta, é apenas uma alma que vaga sem sentido, um corpo sem alma é apenas um corpo que vaga sem sentido. Por que tem que ser assim comigo? Por que?
 Por que eu preciso de um Farol? Por que o Fantasma tem que me assombrar? Por que a figura do Forasteiro está tão presente na minha vida? Sinto vontade de chorar, chorar do fundo da minha alma, limpar tudo isso que tenho de podre e sujo dentro de mim, mas nem isso sou capaz de fazer. Essa montanha russa de sentimentos e vontades. Eu não sei mais o que fazer. Estou perdido.
 Quero voltar a viver, mas não da forma que antes, antes de o Forasteiro aparecer, quero ter vida de verdade, quero ter uma razão verdadeira para ser feliz, para amar, para ser um poeta completo.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

 Ao se perder sem uma bússola, guiese pelas estrelas, se o céu estiver nublado, siga o seu coração mas se você não tiver um coração, procure pela luz de um farol.
 Parei de sangras, estou agora à deriva, pensando que serei assim para sempre. Deito-me no chão e espero pelo primeiro lampejo que riscar o céu. Pode ser que seja um raio ou a luz de um Farol... Independenteente do que for, se eu enxergar, serei feliz. Fechoos meus olhos e só fico a imaginar a luz que o Farol irradia... Uma luz forte que enche o meu peito com aleria. Saber que nele eu posso contar com um abrigo quando estiver frio, proteção contra tempestades e talvez meu coração esteja perdido nele!
 Imginar na vegetação e flores de verdade que podem compor essa paisagem e o aroma que sai desas flores Parece-me que aí sim, o vazio se acaba e eu finalmente me sinto completo.
 A sensaçao de ser abraçado pelo calor do sol, embalado pelo soprar do vento e dmirado pelo canto dos mais belos pássaros... Talvez nessa ilha ou na outra... Gostaria que desde a primeira ilha que aportei já pudesse chamar de lar, mas ganhei um Fantasma ao invés disso. Na segunda ilha, me perdi e terminei sem meu coração. Então presumo que já não tenha mais nada a perder, não desistirei, pois me orgulho das minhas marcas.
 Estou sozinho, em alto mar a espera da minha luz... Luz do meu Farol.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Vazio, oco, nada...

 Um espaço com ausências, sem ruídos, sem objetivo e ausência total de substantivos. Tudo é branco, cheiro de chuva, mas não há nuvens e céu ali, nem coisa alguma.
 Desperto onde tudo é branco, nem mesmo o vento ousa soprar por ali. Suspenso sobre o nada, me projeto para frente e logo fico em pé. Estou no nada, no vazio... Assim como eu por dentro: vazio. Vazio como as lembranças que um Forasteiro me deixou, assim como meus olhos lentamente ficaram. Mas estou pronto para ser preenchido novamente.
 Infelizmente algumas coisas tem que passar por nossas vidas, com a finalidade de nos fortalecer, nos fazer mas frios e nos ensinar valiosas lições. Bom seria se não tivessemos que passar por tais experiências, mas temos que passar por elas e nos esvaziar por um tempo.
 Sorrir sem ter a vontade de sorrir, chorar, sem ter nós na garganta, ser frio sem a necessidade de gelar alguém... Simplesmente por estar vazio. As pessoas podem não entender isso, pois somente você sabe o que está sentindo... Ignore-os, sorria friamente... Deixe-os com a interrogação!
 Há coisas que apenas um poeta e sua infinita sensibilidade, apesar de ser um mero mortal, pode traduzir em palavras... Palavras que poder ser frias, mas carregadas de significados, sentimentos e vida!

 Toco o chão, estou no Empório... Com parte daquilo que pode ser o meu sonho mais letal, uma pequena parcela... Desisti de tentar usufruir dele, do vazio.
É difícil expressar como me sinto. Não sei como me sinto ao ver que as pessoas pensam que a vida seja apenas o fato de se moverem de um lado para o outro compulsóriamente e mais nada além disso.Será que estou sendo muito duro ou taxativo com elas?

 Estou enterrando a imagem do Forasteiro, cobrindo-o com as cinzas, é triste mas, ele se foi e eu fiquei. Descobrir a verdade por trás de suas doces e lacivas palavras foi como se me abrissem e, e descobrir que seu veneno já havia me entorpecido foi como se me arrancassem o coração. Comigo mesmo, penso que essa está sendo a melhor decisão que já tomei: esquecer tudo e fingir que sou feliz com a vida que sustento aparentemente ser minha.
  Deixo o dia de hoje para entender o peso do mundo, por toda a infância, toda a vida e pelo coração que uma vez eu tive, consigo ver tudo o que eu posso ser. O tempo pode não curar todas as feridas, mas ele estará aqui para sempre. A dor ainda não me consumiu e ainda estou vivo e meus sonhos me deixaram aqui para seguir em frente na minha jornada.Eu ainda acredito no bem, acredito na luz, ainda quero sentir o sol... E vou te esquecer! Estou caindo, esperando que algo me segure, mas caio de joelhos contra o chão. Como posso sobreviver? Minha esperança está em chamas e meus sonhos todos à venda, não quero falhar de novo. Vou até o meu limite e tento não desistir.

 Fustigo minha ferida, abro-a, sigo em frente... Sem as travas, meu pulmão finalmente se enche de ar... Sou o Poeta... E agora estou vivo!

terça-feira, 15 de novembro de 2011

 Sorrir... Pode parecer simples para você que tem um coração ou alma... Para mim é uma tarefa difícil, não que não goste disso, mas acho extremamente difícil. Não sorrio se uma fagulha se acende no meu peito que desencadeie essa reação. Mas lembrar daqueles momentos... Me fez sorrir. Saber que se plantar sementes no lugar das flores de papel terei para sempre flores.

 Se eu abrir as janelas, poderei ver o horizonte pela minha torre... Posso sentir o vento bater no meu rosto! Mas será que sou capaz disso sem meu coração?  O coração pode ser uma bússola, ele norteia nossas decisões, mostra-nos qual o caminho devemos tomar... Ainda estou perdido, mas quero encontrar o meu farol... Quero me abrigar nele, fazer dele meu refúgio, meu abrigo contra as tempestades e ser realmente feliz.

 Entrar na torre e me sentar na poltrona, imaginar os mundos que posso conhecer sem ao menos sair daqui já é bom, mas apesar de não conseguir imaginar, penso quanto melhor pode ser conhecer os mundos além daqui pessoalmente. Novamente aquela sensação estranha dentro de mim, o aperto no lugar do meu coração, falta-me um coração, sim, meu coração! Por horas me recordo de que sou um Poeta Morto! Me limito às minhas palavras e a minha tinta. Meu poema jamais sairá de mim, afinal, é a minha história!

 Sei que jamais terei meu coração de volta, pois o Forasteiro está a cada dia mais desaparecendo, já não posso mais ver a sua sombra... Mas a questão é: Irei um dia encontrar novamente o meu coração? A minha vida está sendo excassa de momentos positivos e bons, que torna tão dificil acreditar que isso algum dia se concretize.
 Desejo que as coisas mudem, preciso colocar isso na mente, mas preciso agarrar-me a algo! Saio da minha torre, mesmo debaixo dessa chuva que a cada gota que cái sobre mim arde minhas feridas, e entro no Empório.

 Cheiro de canela... Estou novamente no emporio... Meu Fantasma tenta me mostrar q não preciso estar com ele ou com o forasteiro para ser feliz, o primeiro passo é estar bem com minhas lembranças ou com quem deseja que eu esteja bem. Para mim é difícil, mas não impossível.

 Então o Fantasma por entre as prateleiras, e ele me dá um frasco não tão grande, nem tão cheio de uma medida levee o abre, seu conteúdo é maravilhoso, cheira chocolate. Me vejo envolto pelo aroma daquele frasco e logo eu fecho meus olhos...

 Desperto e estou há um ano e dois meses de volta... É uma lembrança da qual não compartilhei com o Fantasma nem com o Forasteiro. A cidade estava tomada pela euforia devido a proximidade de um festival. as tendas sendo levantadas, o colorido no olhar das pessoas... Ainda me lembro de acordar naquela manhã com uma faísca no meu peito, sim,era meu coração pulsando de alegria por saber que haveria o festival. O Poeta iria reencontrar pessoas que já conhece por mais de 7 anos! Por mais que o Poeta nessa epoca já não tivesse alma, ele se alegrava por encontrar seus amigos verdadeiros.

 Lembrar de cada riso no olhar da Dama do Nascente, as neuras da Dama do Poente. Não precisei sangrar para me sentir bem ali. Visitar a Vila Esquecida com a Dama do Nascente envolto na neblina que nos inspira, que nos possuí para abrir outros Imaginários. O coração batia no tom da alegria, da emoção e a vibração. Mesmo estando dimensões longe de seu Fantasma, o Poeta estava feliz. Ele já possuía o parte do poema em seu corpo, ele já havia perdido seu fantasma, não possuia sua alma... Mas ele tinha a felicidade ao lado dele. Lembro-me como ria, como era sair pelas ruas de noite com a Dama do Nascente e do Poente, voltando para casa. Sem me importar o que diriam sobre o Poeta no dia seguinte, pois não fazíamos nada de errado. Eramos livres como pássaros. Sentir o vento passando por debaixo de nossas asas e respirar o doce aroma de chocolate.

 Campos de flores coloridas de todos os tamanhos e tipos se abriam diante do olhar do poeta, suas emoções eram evidentes no seu olho e na sua pele. Passar horas contando suas mais divertidas historias, sem se dar conta de quão tarde já era e que o Lord de Ferro, que é casado com a Dama do Nascente ja estava dormindo há horas... Como estava divertido e alegre aquele momento. Vivido a cada minuto...

 Então, o sonho começa a diminuir, a perder cor, tamanho e forma... O doce aroma do chocolate começa a lentamente dissipar. Saudoso, o Poeta está no chão do Empório, nostálgico, ele deixa derramar uma lágrima. Levanta-se e abraça o Fantasma de forma muito terna e dócil.

 O Poeta sai do Empório, pensativo olhando para as flores de papel ao seu redor e esboçou um sorriso torto.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

 Sufocado... A respiração se torna cada vez mais difícil, as travas em meus pulmões estão e apertando cada vez mais e a dor nas minhas feridas também. A escuridão do meu quartinho está entrando em mim e eu não tenho mais nada ou ninguém que me impeça de que isso aconteça. A Adrenalina Escura começa a fazer o efeito... Ela explode a escuridão de dentro para fora, tirando do controle de qualquer cidadão a capacidade de enxergar que tudo pode mudar, e ja estou certo disso. Sou apenas a vida solitária de um Poeta que falhou em seu ultimo poema.

 Está anoitecendo, esfriando, as ondas batem nas pedras e se espalham em milhões de partículas assim como eu me espalhei em milhões de pedaços de poemas tristes e lembranças estragadas. Por favor, acabe comigo, oh lamuria! Extingua essa chama negra dentro de mim, que me consome e me quebra constantemente. Cansei de ouvir os placebos de sempre: "Ainda não encontraste o prometido certo..." ou "Não chegaste a vossa hora..." NÃO! Não existe pessoa certa, ou hora certa... São  tentativas, nada é predestinado ou escrito e antemão. Temo quando avisto novos barcos em meu horizonte, jamais saberei se são nobres ou piratas... Quero abrir o frasco mais letal do meu Empório, mas ainda assim, sei que decepcionaria o meu Fantasma e traria uma grande tribulação para ele.

 Lembro-me do meu Amaranto, plantado naquele enorme campo branco, o unico ponto vermelho naquela imensidão... Uma flor que representa a imortalidade... Mas não quero ser eterno, ser eterno em minhas condições é sinonimo de infelicidade e insatisfação eterna. Estou condenado!  Amarram-me os grilhões da tristeza, e seus elos são feitos de luto e suas algemas de agonia.

 Tento me libertar, ms meu peito arde, o sal me consome e as minhas feridas sangram, escorrem pelo meu corpo todo o sangue derramado e vai se tornando mais poemas tristes, como se fossem um diario da minha eterna melancolia. Cada lembrança com o Fantasma é um retrato que queima, molduras vivas de um passado feliz, de quando eu ainda era vivo. Preciso esvaziar a minha mente, deixar que ela flua e fique aberta paa novas oportunidades, mas meu Fantasma e meu Forasteiro não querem sair dela! Desejo que meus dias sejam encurtados... Talvez isso seja melhor do que eu sinto agora.
 Os céus cinzentos e mau-humorados, o mar agitado e alguns pingos... Onde estará o meu farol? A luz que vai me guiar a um porto? Só vejo isso... Definitivamente, estou solitário num mundo insano, sim, sem anjos redentores ou parentes mágicos com a finalidade de me guiar. Isso... sou um caso perdido. Gostaria de chorar e dizer que tudo o que aconteceu ficou para trás... Mas nem disso sou capaz, sou um poeta inútil.

 Jamais terei meu coraçã de volta, nem minha alma. Estou condenado a levar uma vida fria e vazia. Não havendo redenção, nem sequer algo em que eu possa me segurar. Todos são substituíveis, não importa o que você sinta em relação a outros. Amei o Forasteiro, dediquei cada pedaço meu para ele, e ainda assim, o que eu disse e fiz por ele se mostrou não ser o que ele queria. Mas o egoismo dominou... Onde eu fiquei nessa história? Sim, sem coração.

 Estou rastejando em busca de um farol, a fim de desembarcar em um porto seguro... Mas não, minhas feridas, na tentativa de apagar os poemas de meu corpo estão abertas, e elas choram. A dor é realmente um processo que alimenta a minha criatividade. Minha vida está afundando nesse mar, e eu preciso rapidamente de um farol.
 Velas queimando sobre a bancada na qual costumo imaginar, inventar e muito provavelmente esboço parte da minha pacata vida. Sou um Poeta movido pelo fogo de escrever em seus momentos de sentimentos intensos. O Forasteiro me visitou na última noite, mas nada quis eu da parte dele, pois eu sei que é um simples escapismo da parte de minha mente. Não consigo crer que apesar de já ter feito uma quinzena de dias que me iludi, eu ainda não ter me esquecido daquele par de olhos brilhantes, sorriso torto e palavras carregadas de mentiras...

 Lembro-me dele lentamente abrindo o meu peito e roubando o meu coração para fora dele. Uma vela se apagou com o vento que sopra para dentro de minha torre. A chuva parou, e só resta o cheiro de terra molhada lá fora. Passam-se dias, e estou aqui na torre, agora ela faz parte de mim. Não chamaria isso de zona de comodismo, pois não há nada de cômodo para mim ficar aqui martelando esses sentimentos de dor, pesar e carência, no entanto, é tudo o que posso fazer.

 A definição de amizade por essas terras é muito confusa... Dizem ser alguém que gosta de você, e te ajuda e possivelmente tenha gostos iguais aos seus. O Poeta deu bailes e banquetes para os seus, e no momento em que ele mais necessitou, todos esvaziaram suas mãos e sumiram. Não consigo mais me atrair aos residentes dessa terra, visto sua cultura ser pobre, com exceção de alguns poucos, mas que não moram nesse solo, ou se moram, ainda assim, estão distantes por seus compromissos.

 Gostaria de poder dizer que hoje levantei de meu altar com ânimo e com muita vontade de superar essa vida de vazio emocional e que todas as minhas dores passaram, mas esse é apenas mais um dia, um dia que todos pensam que estou louco, ou estou num delírio dramático e até mesmo sendo sensível demais. Gostaria de estar o mais longe possível desse mundo que criei para mim, do meu escapismo, mas é nele onde encontro meu fantasma e tenho placebos de um passado que já existiu.

 Os meus olhos apenas refletem o brilho das chamas das velas, meu ouvido apenas capta o som de corais infantís misto ao de adultos da sifonia que cerca minha mente, posso estar escrevendo essas palavras, e elas estão fazendo parte do meu ser, cada pedaço meu está se enchendo dessas palavras tristes como uma tatuagem que cobre todo o meu corpo, estou sentindo cheiro de cada vela se queimando e desejando apenas ser como a parafina que se derrete com a queima...

domingo, 13 de novembro de 2011

 Sentado em sua sepultura, a chuva caindo em cima de mim escorrendo de meu rosto como se fossem as lágrimas que não consigo soltar. Ouço o sussurro das crianças que brincam na chuva... Eu as invejo, são tão cheias de vida, de sentimentos, de alegria... Elas não se preocupam se estou no meu imaginário, se estou triste ou se ao menos as quero perto de mim.

 Fecho os meus olhos na chuva, e ela começa a fazer parte de mim... Ela é meu sangue que escorre para todos os lados em cima do túmulo, ela é minha poesia toda borrada... Me dou conta de onde estou, e começo a correr... Sim, correr sem rumo, com uma violenta melodia na minha mente, a orquestra se ergue conforme corro entre as árvores pelo caminho de pedras brancas delimitando a grama. Me entreguei ao meu estado mais profundo de decadência e pior, me deixei abalar por isso. E continuo a correr, até chegar à minha torre.

 Todos sabem que sou Poeta, mas poucos acreditam que tenha tanta mágoa e nostalgia encravada em meu peito. Finjo que sou feliz, apenas para não me perguntarem a razão do meu pesar. Finjo ser eu, apenas para não questionarem a razão do meu ser. Sou solitário... Não porque fico na torre, mas por ser como sou: ser complexo, de sentimentos pesados e sonhos despedaçados. Isso é negativo, e o mundo não precisa de mais um.

 Gostaria poder dizer que algum dia, voltarei a ser completo, mas acho ser improvável, pois além da alma e de meu coração, agora a vida começa a qurer sair de mim.

sábado, 12 de novembro de 2011

Não posso ser totalmente feliz, mas posso ser meio feliz... Já viví por 5 anos dessa forma, meio feliz, com meio amigos, meias verdades, meias distrações... Acorde, seu Poeta nojento! Ser desprezível! Me vejo querendo ser feliz, mesmo sem coração... Sei que não serei totalmente feliz...

Me vejo dividido... Pareço querer ser feliz, mas ao mesmo tempo a agonia de não ter um coração me aflije... Voltar a ser o mesmo que fui nos ultimos 5 anos... Ser alguem simplesmente por ser, para parecer normal, não transparecer a dor... Já é um passo, mas temo em tomar esse passo. É como sair do luto... Você se vê fora dele, mas longe da pessoa que se foi... É uma montanha-russa de sentimentos e emoções. O flagelo que sinto dentro de mim é muito grande. Respirar ainda é dificil...

Sei que ainda toda uma vida me aguarda... Mas toda uma vida sem alma e sem coração... Isso é doloroso demais, até mesmo para o mais frio dos Poetas. É como saber que vai morrer... É agonizante saber que voce tem um curto periodo de vida, voce pode querer viver ao extremo, mas em um momento qualquer voce se lembra que seu tempo é limitado.

Viver com a dor e não poder expressar... Viver com cada verso triste... Cada memória destruída... E ao mesmo tempo fingir que vai tudo bem... Todo Poeta se depara com essa situação,pois ele vive em dois mundos: o mundo que ele cria a cada verso, a cada poema e a cada sentimento, e ao mesmo tempo, no mundo que se lhe é imposto, um mundo de incompreensão, de preceitos e preconceitos tolos. O Forasteiro já começa a se transformar numa silhueta em meio à neblina - vá seu estupido! suma, seu farsante! Meu unico arrependimento em deixá-lo ir, é que levarás contigo parte de mim! - Ainda em minha janela, vejo a noite correndo, o mundo girando, estrelas surgindo, auroras, crepusculos, penumbras, eclipses e estrelas cadentes... Mas nenhum sinal de alguém que me retorne à vida. O que é a vida? Uma sucessão de fatos ou apenas uma ilusão reprimida no sonho de um outro poeta? Permita-se ver o sol nascer amanhã! Envolva-se em fragmentos de alegria, e deixe que os retratos queimem! Esqueça o forasteiro! Corra pelo mesmo caminho que ele trilhou e encontrarás de volta a tua alma... Reclamas que não tens mais uma alma nem coração? Recupere-os! A alma é mais fácil de se recuperar, ela te dá novamente a vida... Mas o coração, esse é mais dificil... Mas não é impossivel.

Ainda deitado sobre seu altar, o Poeta está confuso... Suas memorias estão enclausuradas em seu corpo todo marcado por seu poema...
Estou na minha torre... Em meu quarto escuro, tudo silencia... Ouço apenas o vento do lado de fora, e os assobios que me arrepiam junto com o frio da minha tristeza. Nem mesmo a minha canção me ameniza a dor. Antes isso do que perder mais algo nas mãos de alguém.

Encontro meu descanso nessa escuridão, minha criatividade na dor daquilo que nunca foi verdadeiro e naquilo que já foi, mas hoje não existe mais. Minhas mãos estão quentes, mas todo o resto está dormente. Para que viver uma vida assim? Sem amor, sem motivos, sem razões... Uma vida sem um coração não vale a pena ser vivida. Os lacres de meus pulmões estão sendo cada vez mais comprimidos, respirar se tornou um dom. Me torno mais um corpo que anda por aí, mas sem vida, tudo o que eu tinha em mim se esvaziou.

Olho pela janela da torre, e tudo está vazio, um deserto! Gostaria que a vida tomasse conta de meus cabelos... que a alegria curasse meu coração... que a esperança reunisse meus pedaços espalhados por todos os lados. Céus! No que estou me tornando? A agonia sufoca meu pulso, a dor me domina... Todos os retratos nessa torre estão queimando.

Como pude atrair isso tudo para mim? Não existe forma pior de se pensar do que achar que as coisas acontecem por causa dos meus pensamentos! Jamais desejei que o Fantasma se fosse! Queria ser feliz ao lado do Forasteiro... E nada se concretizou... Essa é a realidade... Sou o Poeta solitário, meus filhos são meus poemas, minha amiga é a agonia e meu escudeiro é o tédio.

Viajo sem ter que sair de minha torre, fecho os meus olhos e vou para aquele jardim que fomos pela ultima vez... Lembra? Meu amado Fantasma... A grama era verde e o sol brilhava como nunca naquele céu com novens brancas como o algodão puro. O relógio de sol no meio do jardim, que nos levava até onde aportavam os barcos. O vento sopra no seu rosto, e você o sente fechando os olhos esverdeados, deixando o sol iluminar sua pele tão branca e o seu cabelo em tom alourado se bagunça. Nossas mãos estão tão próximas que parece que jamais nos soltaremos. Então nos deitamos sobre a toalha quadriculada de branco e vermelho e vemos as nuvens ganhando forma e uma historia... Fecho os meus olhos, e aqui estou, no meu quarto escuro, com cheiro de lavanda, deitado sobre meu altar, totalmente melancólico e desesperançoso.
Caminhando pelos campos enevoados... A neve tão fofinha, o vento batendo no meu rosto, cortando os meus lábios, lembranças de um inverno melhor me bate à mente. Mas com o frio, meu peito também dói. Andando pelos campos enevoados tenho a sensação de que eles jamais se acabarão, me sinto um pequeno pingo numa enorme página em branco. Talvez eu realmente seja um pingo... Um pingo numa letra i em qualquer poema meu.

Saudade é um sentimento bom? É um sentimento ruim? É um sentimento?


Pode parecer estranho, mas a palavras saudade só tem significado no meu idioma... Em outras culturas, saudade é relativo a sentir falta... Mas sentir saudade é mais do que dar falta de algo ou alguém... É sofrer com a falta da pessoa.

Apesar do Forasteiro ser desleal, o Poeta sente saudade dele... Apesar de o Fantasma não retornar nunca mais, o Poeta sofre a falta dele.

Após minha caminhada pelos campos enevoados, cheguei onde eu queria. Um ponto vermelho, como a vida que o Poeta respinga pelos seus pulsos, no meio do campo. Um amaranto no meio daquela imensidão branca. Cada lembrança saudosa do Poeta vem a sua mente... Me coloco de joelhos diante do Amaranto, e ali fico contemplando a beleza daquela flor, não me importa se agora faz frio, pois sou frio; não me importa se meu peito dói, pois eu sou a minha dor e não me importa se minhas palavras estão com a minha vida trilhado atrás de mim naquele campo branco... Sei que minhas palavras clamarão pelo seu pai, e entrarão pelo buraco de seu peito e se amotinarão ali por longo tempo. Palavras amargas que causam a dor e não se aquietam. Pessoas dizem que estão tristes, amarguradas, deprimidas... O que eu sinto ainda não tem nome... Os lacres no pulmão do Poeta se apertam, ele olha para trás e o campo que uma vez foi branco, agora é salpicado... Preto de suas palavras que ficaram elo caminho que ele trilhou e vermelho da vida que ele derramou pelos seus pulsos.

Se ao menos pudesse sorrir, e fingir que tudo está bem, o Poeta se permitiria ficar ali, mas é um placebo... Onde o Poeta se expressa, ele causa mais dor, ele causa mais contenda e causa a dor. O Poeta é mal interpretado, não é entendido.... O Poeta está morto.
Cheiro de lavanda... Meu quartinho escuro... O Poeta jamais deveria ter saído dele, seja há 8 anos atrás, quando ele perdeu a alma, seja hoje, quando ele despertou de sua última viagem. O Poeta não é e não pode ser compreendido pois aquilo que ele sente é extremamente mais profundo do que o demais das pessoas consideradas normais.

O simples fato de acordar para alguns pode parecer tão autimático... Mas o Poeta vê belezas e tristezas invisíveis nisso... Acordar para ele pode ser um novo início... Uma nova chance... Mas ao mesmo tempo é a tristeza de todos os dias sentir a dor da ausencia de seu coração e de sua alma... É a certeza de que seu Fantasma e se Forasteiro vão assombrá-lo todos os dias. O Poeta não foi feito para ser compreendido, sequer pelos seus genitores... Sou Poeta e não um adivinho...

Hoje o Poeta sangra, sangra pelas lagrimas que não pode e jamais poderá derrubar, sangra pelos seus poemas que deveriam estar cheios de vida, sangra pela alma que foi-lhe retirada, pelo coração que foi-se-lhe retirado e pelo sal jogado na ferida do buraco em seu peito. Acabo de ser mais uma vez traspassado, a incompreensão de tudo o que sinto e sou é muito grande. O Poeta se lança sobre o seu altar e mais uma vez sangra... O buraco em seu peito parece cada vez mais aumentar. Uma nova poesia ele escreve em seu corpo, desta vez, de forma mais dolorosa do que as outras... Esse é o preço que pago por ser um Poeta.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

E o poeta era jovem... Jovem e inexperiente... Seus amigos eram inocentes e dentre eles um se destacava por ser o Fantasma. Dentre vinhos e mentes ocupadas, o poeta se cansou. Dormiu e acordou com o fantasma ao seu lado, com o olhar cheio de esperança... Era um poeta cheio de vida... O poeta tinha alma e coração.

O tempo passou e o poeta entregou sua alma ao Fantasma... Um vínculo de amizade mais estreito do que se fossem irmãos. O Fantasma é mais velho que o Poeta, mas o respeito que ambos derivam por granjear a amizade era muito grande. O Fantasma ensinou o Poeta a ir para longe, para outros lugares sem ter que sair de seu quartinho escuro... ensinou que existe mais do que aquilo que o mundo e seus tutores haviam ensinado... - Ah como me é agradável sentir a chuva caindo na janela do meu Empório...

O Fantasma teve que passar uns tempos em sua prisão... Mas a falta era algo presente nele com relação ao Poeta. O Poeta fazia seus poemas ao Fantasma que, por sua vez fazia planos. Após um ano, o Fantasma volta para o Poeta. Em tom de preocupação e pela primeira vez que o poeta vira um Fantasma assustado, com ar de dor e muito pesar. O Fantasma em 6 luas iria voltar de onde ele havia saido... Sua alma teria finalmente o descanso.

Naquela manhã, ao despertar, o Fantasma pediu ao Poeta um abraço... um afago caridoso e doce, para 'iniciar de forma perfeita o dia'. O Poeta, abraçou seu amigo, e em questão de instantes, o Poeta estava totalmente só... Todas as lembranças e toda aquela vida haviam se convertido num sonho... Uma realidade que jamais seria novamente. Na ideia fracassada de aliviara dor, o Poeta tomou a decisão de escrever em si seus poemas, seu corpo sendo o papel e seu sangue, o seu nanquim.

A alma do Poeta se foi junto ao Fantasma... A sete palmos, jaz a alma do Poeta... Apenas sobrou-lhe o coração por aquele momento... Porém, do Poeta hoje, não lhe sobra ao menos o coração.
Cheiro de canela, paredes com papel de parede marrom e amarelo ao melhor estilo vintage, algumas quatro prateleiras em fila no meio da loja e muitos recepientes de vidro nessas prateleiras. Eles são de todas as cores, de todos os tamanhos e de todas as formas... Sonhos...

Uma longa bancada de madeira e uma vitrine atrás da bancada. Há muitos espelhos por todo o ambiente, e aquela mesma musica que ecoa na minha mente quando estou sozinho, quando estou compondo meus dolorosos versos. O fantasma me acompanha, me apresenta um vidro vazio. Aquele vidro vazio era o mais belo de todos os vidros. Os outros eram bonitos, mas ja eram muito antigos, alguns trincados e riscados. Mas aquele vidro vazio era o mais conservado e o mais belo, todo trabalhado.

Ele me dizia que aquele era o mais perigoso de todos os frascos ali. E que eu jamais deveria abrir aquele vidro, ele era perigoso, e muito letal para mim.

Atrás das prateleiras, me deparei com uma porta, um arquivo. Lugar morbido e escuro, com sonhos depedaçados, quebrados. E ali estava o sonho de um menino, que era poeta, um poeta vivo com um sorriso em sua face, fazendo tudo com grande alegria e vontade... Seus poemas eram vivos e seu coração pulsava e sua alma se alegrava disso.

O poeta se colocou a meditar, não era capaz de chorar... Então se colocou de joelhos no meio do arquivo, abriu sua camisa, revelando o peito com um buraco no meio e principiou a gritar. Mas seus gritos são sufocados... A voz que me foi dada não é alta o bastante para eu me convencer de que aquele sonho é meu, e de que eu realmente cheguei perto daquilo tudo.

Este é o Empório dos Sonhos.... Doce cheiro de canela.
As ondas quebram no mar... O que estavam escrito na areia foi apagado... E cada pedaço do poeta despedaçado foi levado, após ser lançado na praia, em frente ao farol, os corvos dilaceraram suas carnes... Seus amigos cospiram na sua sepultura vazia.

Cada pedaço lançado ao mar, dessa carcaça que escreve palavras aleatorias sem se preocupar se há sentido nelas... Sei que essas palavras estão cheias de sentimentos esquecidos, de toda a amargura que o poeta não pode chorar... Pois o poeta é frio e cheio de calos. Cada pedaço seu, escrito de seu poema é uma lembrança ou uma dor que jamais finda.

O poeta sorri, o poeta rí, compõe, escreve, pensa e anda... mas faz tudo sem o gosto de ter a vida correndo pelo seu coração.

Ele sabe que assim ele não vai chegar a lugar algum, e que as ondas do mar vão levá-lo de volta à costa na frente do mesmo farol. Ele quer se coração de volta, quer criar asas e voar; mas não é capaz disso. Tudo é pesado, ele precisa de uma luz... O poeta viveu 3 anos de alegria extrema com o que hoje é o fantasma, e depois morreu por 5 anos. Voltou à vida por 1 semana, mas morreu novamente.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Estou amarrado ás correntes que estão presas a grandes pilares... Pilares tão fortes que me canso de me mecher e tentar me libertar. Nesse momento, meu quartinho escuro é fraco em relação à minha prisão. Estou sufocando...
As portas estão todas abertas ao meu redor, mas eu sequer consigo me libertar. Eu sou um barquinho à deriva no oceano de almas. Todas minhas palavras escritas estão espalhadas ao vento... Mas tenho escitas em mim todas elas... O meu corpo acaba se tornando meu papel e eu sou minha poesia triste. Sou livre? Posso me sentir assim. Mas estou preso... Ao mesmo tempo, acabo me rendendo e me quebrando em milhoes de pedações... Milhões de poemas... Juntar os cacos dessa vez vai demorar, pois cada pedaço de mim está traçado para sofrer novamente toda a dor, o poema está em mim, eu sou o poema.

Sozinho não sou capaz de nada: necessito da minha dor para escrever... necessito do meu fantasma para lembrar que já fui feliz... precisei do meu forasteiro para reavivar a chama... e agora preciso de algo ainda não conhecido para reunir meus cacos e seguir, mesmo sabendo que vou desabar quando me senti completo e não sei sequer se vou viver  mais uma queda... A realidade é que sequer sei se vou me reestruturar diante do abandono do meu forasteiro.

Estou amarrado ao meu imaginario... Ao meu Empório de Sonhos... Meus poemas, minhas aventuras, meus abandonos, meus delirios, minhas paranóias... Sou o poeta preso num mundo de sonhos quebrados... Caminhando acorrentado numa alameda de sonhos estragados, perseguindo um sonho perfeito que está enterrado com o meu coração...

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Então o poeta inicia sua jornada...

Os vagalumes estão guiando ele pela estrada escura de sua mente, as camaras escuras guardam resquicios do homem que ele ja foi... Olha para trás amargamente e vê que ele ja foi feliz ao lado de alguem, mas nao enxerga que ele depende disso, e isso está o matando.

É uma eterna luta... um Eu quer viver e o outro Eu quer me drrubar. Sou vencido pelas dores e a tristeza, apesar de querer levantar a cabeça e seguir em frente. Será que um dia o Forasteiro voltará ou o Fantasma vai deixar de me assombrar?

Amargo é o sabor daquele que não consegue chorar. Que esconde que ama... Que quer amar... O poeta é fraco.... Apenas se dá bem com suas palavras, e ele nao se levanta sozinho. O lobo que rege sua mente deseja apenas fazer a sua parte, mas a coruja que vive nos pensamentos dele em busca de ataque apaga o tigre que é belo e forte diante de todos.

A dor que existe no poeta o faz enfraquecer... Ele deseja os dias em que era feliz ao lado do Fantasma, anseia o amor materno da Dama da Torre.

Mas o amor é repetitivo... Se gasta... Amarga...


Lagrimas correm pelo rosto do poeta, apenas escuridao para todos os lados.

(Sobre)vida

Uma facada perto de um coração vazio pode doer... Mas o coração continua a doer, ainda mais me dói a ausencia dele. Maldito forasteiro!

Em meus braços agora doloridos, a dor do meu coração ausente está se igualando. O buraco de onde o meu coração foi retirado está com sal... e arde... me consome... Vejo agora pedaços de mim espalhados por todos os lados... Minhas palavras grudadas às pessoas... Sendo o apego e o desapego... Sabendo sempre que há, mas nunca sei o que há!


A dor fisica e emocional são tenues, ms o coração doi mais... A respiração quase corta... Não quero mais me deitar nos montes para contemplar as estrelas nas noites quentes e imaginar o que há na regente da noite. As minhas noites agora são enevoadas e nubladas.

Não quero mais abrir meus olhos no horizonte a espera de novos navios... O maximo que vejo são os prisioneiros pendurados nas grutas e botes despedaçados. Sonhos que jamais verei se concretizar. Estou preso à realidade do mundo que criei para mim. Maldito forasteiro! Maldito fantasma! Malditos causadores da minha existencia! Estou preso àquilo que ha na minha essencia... Minhas fraquezas, eu resisto a elas... Quer ceder... MALDITO FORASTEIRO!

Continuar respirando se mostra uma arte.. Continuar vivendo é uma labuta... Uma alma solitária perdida num oceano de outras almas... Sou apenas um poeta morto para o mundo... Quero me levantar e ter meu lugar ao sol, quero me dar uma razão para dizer que sou poeta e mostrar ao mundo minha arte e minha vida... Mas o que sou? Sou apenas um poeta morto... Sem coração que tira virtude de minhas próprias fraquezas... O forasteiro está a ser feliz em outros navios... O fantasma jaz eternamente em minhas memorias quebradas... E eu sou o poeta que sobrei... Que tem o brilho infantil no olhar... Que tem o dom da escrita em seu sangue respingado por todos os cantos em forma de palavras em um papel... Mas não é capaz de se encontrar e ser feliz...

Ela não tem cor... Não tem cheiro... Sabor... Todos a temem, alguns, como o Poeta a almejam...

O Poeta se vê caido diante de sua nova obra caído, sem sorriso, sem satisfação, sem gozo algum... Seus olhos estão estáticos abertos, mas sem expressão alguma. O brilho de seu olhar é fosco, a trava de seu pulmão finalmente se trancou, ele não respira. Seus pulsos sangram pelos seus braços. Sua boca está roxa.

A vida do poeta se esvanesceu.

Oco

É vazio... O poeta esvaziou sua alma e seu coração. Ele não tem mais tipo algum de amor ou sonho.
Ele deu sua alma pelo infermo e seu coração para o enganador, ficou sem nada para si.
O Poeta, dizem seus conhecidos, é alguém muito bom. Mas o poeta na se ve assim. O poeta é amargo, é frio e suas ideias são suas decepções. Sua criatividade vem da sua propria derrocada, da sua tristeza, da sua queda...

Os mundos que o poeta cria são vazios de vida, faltos de amor, são apenas palavras espalhadas e programadas para uma tentativa falida e pífia de o poeta se expor, mostrar o que sente. As páginas se enchem, mas o poeta permanece sem alma e coração.

O poeta jamais será feliz, ele jamais voltará a sorrir, jamais terá um coração para chamar de seu e lhe dar vida, é apenas mais um corpo sem alma que vaga no seu dia a dia, apenas mais um fantasma na noite que não dorme, apenas mais um no meio da multidao. O poeta é a pessoa de ninguem... Ele sofre, mas em silencio. O poeta teme ser reconhecido pelo seu desvio daquilo que esperam que ele seja.

O poeta ja nao tem mais esperança, seus poemas são todos tristes, sua prosa é murcha e seu espirito está em constante queda. Todas as formas de escapismos ja foram tentadas... E o poeta vive sozinho no seu Emporio de Sonhos, sonhos que um dia ja foram dele, mas nunca se concretizaram.

Ele quer ser feliz, quer ter uma razão para isso... Dizem que sua poesia é motivo dele ser feliz consigo mesmo, outros dizem que ele ainda tem que ver as coisas de forma diferente... Mas apenas o poeta sabe o quao doloroso e torturante é para ele ouvir isso, ouvir esses sussurros longinquos e estar totalmente sozinho, sem coração e alma.

Brindemos a alma do Poeta.

A mesma velha jornada

Um infinito universo particular... Sim, milhões de sentimentos cadentes dentro de uma mesma galáxia, a poluição espalhada por todo o dano causado por traumas, por decepções e rejeições. Uma hora, o universo que é infinito, mas é limitado pela pressão e pelas correntes que traçam e regem suas regras se cansa: ele se move, ele se incomoda e explode. Sim, o universo sangra... A matéria escura que mantem o equilibrio se vaza toda e esse universo passa or grandes e complexas transformações. O universo morre para o mundo e acorda para a jornada.

Uma jornada que não existe razão para ser feita, pois o universo vaga por anos luz e se encontra na mesma situação: morto, frio e falto de esperança. A morte é iminente para esse universo, pois se ele não morrer de forma natural, o cancer que existe em seu nucleo, sim, um cancer uma celula que está apodrecendo pelo desuso e pelo abuso da mesma vai acabar fazendo que ele se mate.

Nessa jornada, amor e dor andam juntos, é sinônimo de perdas, mortes e até mesmo traíções; a alegria se torna distância, sim, grandes pessoas que moram longe e que por mais que tentem de tudo para te fazer sentir melhor, estão longe. Estão longe quando esse universo precisa ser abraçado, quando ele precisa simplesmente ficar algum tempo achando que está sendo compreendido.

Essa jornada do universo tem sonhos que estão expostos numa vitrine... Apenas expostos, não estão colocados à venda, nem mesmo ao alcance de serem alcançados. É uma jornada negra e amarga, cheia de espinhos e desilusões.

Chorar não adianta, pois você está sozinho, sua bussola está quebrada e o céu esta semrpe nublado, você sabe que vai morrer desse jeito, largado, sozinho e com frio. Mas se trata de um universo... sim, um universo doente e morbido.

O Quartinho Escuro

Cá estou no meu quartinho escuro preso em meus pensamento e meus sentimentos... Sim, sentimentos: a forma mais chula do ser humano externar o esteriótipo de coisas como o amor, a raiva, a tristeza e a alegria. No meu quartinho escuro só tem eu e a melodia que inspira a criação de textos como esse. Sim, a melodia está presente em tudo no meu dia a dia... Esteve presente quando eu nasci, quando chorei, quando sangrei, quando me apaixonei e estará presente quando eu morrer.

Neste quartinho escuro, respirar dói, pois o diafrágma se enche de ar, mas não o bastante e a respiração fica curta. Meus olhos, apesar de estar no escuro ardem... Ardem pela rejeição, pela mentira e pelo sentimento ao qual não consigo mais expressar. Sim, estou calejado, os efeitos do chamado emocional não se manifestam mais apenas por um baixo astral, e sim fisicamente. É como se afogar numa piscina: você se bate, a água entra no seu pulmão, o nariz arde, os olhos mal conseguem abrir e você vai sufocando l e n t a m e n t e .

Palavras como "amor-próprio" e "auto-valorização" não pertencem à minha lista, não estão no meu vocabulário... Sequer sei como iniciar esse processo que parece ser tão doloroso e tão difícil... Agora a escuridão do meu quartinho já me domina... Não existe mais luz que esteja no alcance do meu olhar e a sinfonia negra já está em auto som aos meus ouvido... Tomando conta de tudo... A respiração ta mais dificil agora, é como se abrissem o buraco no meio do seu peito, tirassem seu coração e atassem um lacre em seus pulmões... Os olhos ja não derramam mais lágrimas e o olhar se mostra inexpressivo. Já está escuro... O quartinho escuro que é a minha mente está se apagando aos poucos... Se apegou à mentira, se deleitou nela, foi um placebo, uma amostra do que você seria se o destino, o acaso ou o cosmo não fosse tão cruel com você. Um nó na garganta... Faz os olhos marejarem enquanto o artista tece a sua obra com delicadeza, destreza e tamanha frieza, mas é como aquela onda que acaba na praia e a terra absorve...

Abriram um buraco no meu peito e me arrancaram o coração, aplicaram a Adrenalina Escura nas minhas veias, lacraram meus pulmões, fecharam e jogaram sal na minha ferida. Agora carrego uma bomba relógio no lugar do meu coração. Carrego a dor, o pesar e toda a desgraça daquilo que não pude controlar. As lágrimas que já não possuo mais estão enclausuradas a sete palmos num túmulo, já por cinco anos e meu coração jaz nas mãos de um forasteiro já por uma semana...

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Ilusão

Aquela tarde em que voce me beijava, que seus lábios encontravam os meus, e você apertava minha nuca, e dizia que esperou o tempo todo por aquele momento...

Suas mãos que percorriam meus braços, meu peito, quando você deitava na cadeira do meu lado, e me dava aqueles longos beijos silenciosos, nossas línguas se encontravam e nossa alma, ali se unia....

Como pude ser tão tolo? Nossas almas unidas? Nunca! Acreditei na sua hipocrisia, na sua falácia! Seu amor era fraco, era sujo e falso! Cada palavra doce que saia da sua boca me encantava e hoje elas se assemelham à morte, ao lírio seco que se abriga no tumulo daquele que realmente amei por toda a minha vida.

Hoje, meu coração ainda iludido pelas suas mentiras me culpa, me tortura, me faz sonhar com você, sentir você em cada palavra que eu falo, em cada vidraça que eu me vejo... e as lagrimas ardem nos meus olhos, me sinto fraco... inútil! Acreditei na mentira que você me amava e na mentira que é a sua vida. Somente alguém tão falto de caráter e de sentimentos poderia fazer comigo o que você fez... Jurar amar, jurar ter alguma consideração... Quando na realidade, você tem isso tudo e não enxerga o dano que você causa não apenas para mim, mas sim para todos que te cercam.

Voce quebrou meu mundo, espatifou ele em milhões de pedaços... Me fez sangrar, me fez querer deixar a vida que tenho, me fez desistir de tudo que eu quero... não tenho mais razão para trilhar entre os vivos, entre os que tem um coração pulsando dentro de seus seios. Agora só penso em ver a vida saindo de meus pulsos em forma de carmesim, sentir as coisas ficarem mais leves, assim, será apenas eu lançado no chão, sem sorriso, sem expressão, minha vida ao meu redor, um buraco em meu peito e mais nada... Acabou a dor, a saudade e a falta... Acabou para você, acabou para quem sofre ao me ver sofrer e quem nem imagina o que eu sofro... E assim estarei para sempre ao lado daquele a quem eu realmente amei uma única vez.