sábado, 12 de novembro de 2011

Estou na minha torre... Em meu quarto escuro, tudo silencia... Ouço apenas o vento do lado de fora, e os assobios que me arrepiam junto com o frio da minha tristeza. Nem mesmo a minha canção me ameniza a dor. Antes isso do que perder mais algo nas mãos de alguém.

Encontro meu descanso nessa escuridão, minha criatividade na dor daquilo que nunca foi verdadeiro e naquilo que já foi, mas hoje não existe mais. Minhas mãos estão quentes, mas todo o resto está dormente. Para que viver uma vida assim? Sem amor, sem motivos, sem razões... Uma vida sem um coração não vale a pena ser vivida. Os lacres de meus pulmões estão sendo cada vez mais comprimidos, respirar se tornou um dom. Me torno mais um corpo que anda por aí, mas sem vida, tudo o que eu tinha em mim se esvaziou.

Olho pela janela da torre, e tudo está vazio, um deserto! Gostaria que a vida tomasse conta de meus cabelos... que a alegria curasse meu coração... que a esperança reunisse meus pedaços espalhados por todos os lados. Céus! No que estou me tornando? A agonia sufoca meu pulso, a dor me domina... Todos os retratos nessa torre estão queimando.

Como pude atrair isso tudo para mim? Não existe forma pior de se pensar do que achar que as coisas acontecem por causa dos meus pensamentos! Jamais desejei que o Fantasma se fosse! Queria ser feliz ao lado do Forasteiro... E nada se concretizou... Essa é a realidade... Sou o Poeta solitário, meus filhos são meus poemas, minha amiga é a agonia e meu escudeiro é o tédio.

Viajo sem ter que sair de minha torre, fecho os meus olhos e vou para aquele jardim que fomos pela ultima vez... Lembra? Meu amado Fantasma... A grama era verde e o sol brilhava como nunca naquele céu com novens brancas como o algodão puro. O relógio de sol no meio do jardim, que nos levava até onde aportavam os barcos. O vento sopra no seu rosto, e você o sente fechando os olhos esverdeados, deixando o sol iluminar sua pele tão branca e o seu cabelo em tom alourado se bagunça. Nossas mãos estão tão próximas que parece que jamais nos soltaremos. Então nos deitamos sobre a toalha quadriculada de branco e vermelho e vemos as nuvens ganhando forma e uma historia... Fecho os meus olhos, e aqui estou, no meu quarto escuro, com cheiro de lavanda, deitado sobre meu altar, totalmente melancólico e desesperançoso.

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