sábado, 12 de novembro de 2011

Caminhando pelos campos enevoados... A neve tão fofinha, o vento batendo no meu rosto, cortando os meus lábios, lembranças de um inverno melhor me bate à mente. Mas com o frio, meu peito também dói. Andando pelos campos enevoados tenho a sensação de que eles jamais se acabarão, me sinto um pequeno pingo numa enorme página em branco. Talvez eu realmente seja um pingo... Um pingo numa letra i em qualquer poema meu.

Saudade é um sentimento bom? É um sentimento ruim? É um sentimento?


Pode parecer estranho, mas a palavras saudade só tem significado no meu idioma... Em outras culturas, saudade é relativo a sentir falta... Mas sentir saudade é mais do que dar falta de algo ou alguém... É sofrer com a falta da pessoa.

Apesar do Forasteiro ser desleal, o Poeta sente saudade dele... Apesar de o Fantasma não retornar nunca mais, o Poeta sofre a falta dele.

Após minha caminhada pelos campos enevoados, cheguei onde eu queria. Um ponto vermelho, como a vida que o Poeta respinga pelos seus pulsos, no meio do campo. Um amaranto no meio daquela imensidão branca. Cada lembrança saudosa do Poeta vem a sua mente... Me coloco de joelhos diante do Amaranto, e ali fico contemplando a beleza daquela flor, não me importa se agora faz frio, pois sou frio; não me importa se meu peito dói, pois eu sou a minha dor e não me importa se minhas palavras estão com a minha vida trilhado atrás de mim naquele campo branco... Sei que minhas palavras clamarão pelo seu pai, e entrarão pelo buraco de seu peito e se amotinarão ali por longo tempo. Palavras amargas que causam a dor e não se aquietam. Pessoas dizem que estão tristes, amarguradas, deprimidas... O que eu sinto ainda não tem nome... Os lacres no pulmão do Poeta se apertam, ele olha para trás e o campo que uma vez foi branco, agora é salpicado... Preto de suas palavras que ficaram elo caminho que ele trilhou e vermelho da vida que ele derramou pelos seus pulsos.

Se ao menos pudesse sorrir, e fingir que tudo está bem, o Poeta se permitiria ficar ali, mas é um placebo... Onde o Poeta se expressa, ele causa mais dor, ele causa mais contenda e causa a dor. O Poeta é mal interpretado, não é entendido.... O Poeta está morto.

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