sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Cheiro de canela, paredes com papel de parede marrom e amarelo ao melhor estilo vintage, algumas quatro prateleiras em fila no meio da loja e muitos recepientes de vidro nessas prateleiras. Eles são de todas as cores, de todos os tamanhos e de todas as formas... Sonhos...

Uma longa bancada de madeira e uma vitrine atrás da bancada. Há muitos espelhos por todo o ambiente, e aquela mesma musica que ecoa na minha mente quando estou sozinho, quando estou compondo meus dolorosos versos. O fantasma me acompanha, me apresenta um vidro vazio. Aquele vidro vazio era o mais belo de todos os vidros. Os outros eram bonitos, mas ja eram muito antigos, alguns trincados e riscados. Mas aquele vidro vazio era o mais conservado e o mais belo, todo trabalhado.

Ele me dizia que aquele era o mais perigoso de todos os frascos ali. E que eu jamais deveria abrir aquele vidro, ele era perigoso, e muito letal para mim.

Atrás das prateleiras, me deparei com uma porta, um arquivo. Lugar morbido e escuro, com sonhos depedaçados, quebrados. E ali estava o sonho de um menino, que era poeta, um poeta vivo com um sorriso em sua face, fazendo tudo com grande alegria e vontade... Seus poemas eram vivos e seu coração pulsava e sua alma se alegrava disso.

O poeta se colocou a meditar, não era capaz de chorar... Então se colocou de joelhos no meio do arquivo, abriu sua camisa, revelando o peito com um buraco no meio e principiou a gritar. Mas seus gritos são sufocados... A voz que me foi dada não é alta o bastante para eu me convencer de que aquele sonho é meu, e de que eu realmente cheguei perto daquilo tudo.

Este é o Empório dos Sonhos.... Doce cheiro de canela.

Um comentário:

  1. Nem todos sonhos são nossos, pois que nem todos a gente conseguirá alcançar. Ilusão humana achar que tudo pode. Nem tudo pode. O que não pode, mesmo, é se deixar estagnar e não tentar. Nem tudo será nosso, mas tudo a gente deve correr atrás.


    Lindo texto!

    ResponderExcluir