domingo, 20 de novembro de 2011

Adrenalina Escura

 O Poeta em meio de seus pensamentos inquietantes, se vê sozinho na torre... Solidão... Sono... Dor. Eis que o Poeta está sozinho de joelhos onde o cheiro de lavanda é muito forte. Ele quer uma nova razão, um novo porquê, uma nova razão dele ser vivo, de acordar todas as manhãs e viver intensamente e não simplesmente pelo fato de viver... Ele se depara no limite entre ele e ele mesmo.
 Fecho os meus olhos nesse mesmo momento, estou de joelhos, diante do tudo que já conquistei, me dominando pelo medo de fracassar, e ser assim para todo o sempre. São milhares de sentimentos que me cercam, que eu ja não sei mais o que exatamente sinto ou sou. Tudo me parece tão distante e inalcançável que tudo o que me resta, são esses pensamentos. E eles parecem ganhar vida dentro de mim.
 Poeta tolo, viveu sempre em função dos outros! Viveu em função do Fantasma, de seus amigos, de seus familiares, pela sua poesia e foi se deixando em segundo, terceiro ou ultimo plano! Choras pelo amor que não tem, pelo coração que ja foi roubado e pela alma que está perdida! Deixe-me dominar-te, deixe que a Adrenalina Escura vai te dominar, já está sonolento, sozinho e com dores! Venha, deixe-me te abraçar, sinta minha pele gelada, meu aroma de florais mortos e meu olhar tão escuro quanto aquilo que tens dentro de ti. Seja o Poeta Morto! Esqueça tudo, morra para o mundo! Endureça o coração que já está perdido! Tudo que sai de ti já está podre! Entregue-se ao esquecimento de todos! Amaldiçoe a ti mesmo e morra! Sim, corra pelos quartos escuros de seus infinitos pensamentos, flagele-se pelas suas proprias palavras e sufoque-se pelo ser que esta se tornando. Uma criatura solitária e melancólica. Tome o seu mais amargo placebo, o da derrota, o da perda e pesar! Você não é compreendido, deixe apenas que o pêndulo caia sobre você, deixe o tempo passar e prove que todos estavam certos sobre você. De nada valem as suas palavras, pois você as solta aos ventos, agarra-se a elas e segue nisso... Tu és patético, estás podre! Posso ser o seu lado mais sombrio, mais obscuro, e sei que iremos afundar juntos! Olhe o ser patético que se reflete no espelho... Uma criatura pálida, com olheiras tão profundas como os oceanos, olhar vazio revelando o que há dentro de seu peito: Nada. Mesmo que sorria, será um sorriso morto. Estarei sempre ao seu aguardo... Ao seu lado... No seu passo...

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