sexta-feira, 18 de novembro de 2011

 Cheiro de canela, estou no meu Empório, uma melodia coordenada pela caixinha de musicas em cima do balcão, guia o triste Poeta para as prateleiras. Cantos infantis não lhe saem da mente, sua melancolia se torna novamente parte daquilo que ele é. O Poeta sabe disfarçar a dor que sente, ele mente, ele engana, mas seu Fantasma lhe olha no fundo dos seus olhos e diz que sabe que o Poeta mente, finge que tudo está bem, com um sorriso no rosto, mas o brilho de seu olhar está apagado. O Fantasma me conhece melhor que ninguém.
 Sem mais delongas, o frasco letal parece chamar a atenção do Poeta, lhe parece tão tentador, ele já não tem mais nada a perder. Em horas perdido no mar de seus pensamentos, horas em sua torre, segundos no empório... A vida não é mais a mesma. Um poeta sem coração não é um poeta, é apenas uma alma que vaga sem sentido, um corpo sem alma é apenas um corpo que vaga sem sentido. Por que tem que ser assim comigo? Por que?
 Por que eu preciso de um Farol? Por que o Fantasma tem que me assombrar? Por que a figura do Forasteiro está tão presente na minha vida? Sinto vontade de chorar, chorar do fundo da minha alma, limpar tudo isso que tenho de podre e sujo dentro de mim, mas nem isso sou capaz de fazer. Essa montanha russa de sentimentos e vontades. Eu não sei mais o que fazer. Estou perdido.
 Quero voltar a viver, mas não da forma que antes, antes de o Forasteiro aparecer, quero ter vida de verdade, quero ter uma razão verdadeira para ser feliz, para amar, para ser um poeta completo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário