domingo, 20 de novembro de 2011

Empório, livro-me e desvencilho-me da figura sombria atrás de mim... É como se houvesse apenas paz diante de mim quando estou aqui... Entro na salinha dos sonhos perdidos e quebrados. Olho por tudo, e sou suavemente saudado pelo meu fantasma, sei que é algo entre os sonhos e a realidade, quero acordar, mas parece ser um pesadelo diferente.
 Diante dos meus olhos, estão os lugares desconhecidos, um mundo só meu, e nao quero acordar, apenas seguir o fantasma... Peço que ele me deixe, sei que já basta eu ser minha propria ameaça, sei que por ora estou no meu controle. Ja disse milhares de vezes que não o deixarei ir, mas sonhos podem ser claros e escuros... Ele é meu pior medo, minha pior dor, tenho que encará-los, a parte mais escura dos meus sonhos e a parte mais veridica da minha dor.
 De repente, tudo fica tranquilo... silencio, sem som, nem dor e nem duvidas... Estou flutuando, o tempo não passa por mim, sou livre.... Sem voz, nem musica... Deixe-me andar e viver aqui onde estou livre!
 Mas ele volta, como o meu mais profundo ódio, como o meu espelho, o meu temor... Eu sou o sonho e o sonho é eu. Minha maior duvida, sou tudo aquilo que tento esconder. Preciso encarar isso, não tenho motivos para lutar ou ficar ressentido, o outro lado da verdade por detrás do sono. Deixa-me descansar com você, estou muito desgastado para todas essas teorias noturnas.
 Eu o deixo, mas não o abandono, pois ele é parte daquilo que eu sou, abrirei as portas para mostrar quem és realmente, pois eu sou a sua energia em forma de sonhos.
 Viver nesses sonhos, é o mesmo que saber que está só, mas ao mesmo tempo sendo observado, indo a todos os lugares que vou, é estar em paz em certo momento, mas sentir o frio e a atmosfera tremer, sentir algo, sua respiração... Milhares de vozes, mas ninguem por perto para te dizer nada.
 Corro do nada, pelos corredores com fotos e retratos, mas algo rasteja perto de mim, algo invisível, dentro de mim, que me taxa como um doido, ja não sei mais o que é estar em paz, mesmo solitariamente sem aquele medo tão profundo.
 A ameaça de uma insanidade, gritando por uma ação de minha parte, mas estou desamparado, com medo e cheio de duvidas. Não sei mais onde vivo, quem sou, se estou no Emporio, no Quarto ou À deriva... Já está nas fronteiras da minha compreensão.
 Estando longe de quem eu sou, eu solto meu apego à realidade, pois sei que o tempo acabará com tudo aquilo que já construimos, rompa a minha redoma de vidro, me segure, estou encantado pelos sofrimentos passados, mas pensando nos futuros.
 Me perco em minhas palavras, nas minhas aspirações... Me alimento de meus sonhos que não foram concretizados, maldita dor, abro os meus olhos e estou deitado no empório, cercado de frascos quebrados.

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